Pesquisar este blog

domingo, 11 de janeiro de 2015

ROOSEVELT: A NOVA POLÍTICA EXTERNA E INDÚSTRIA CULTURAL





Franklin Delano Roosevelt pertencia a uma família rica de Nova Iorque, era de origem anglicana, e seus pais tinham vindo da Holanda e da França para os Estado Unidos. Sua família além de rica tinha personagens importantes da sociedade uma irmã campeã de tênis, uma prima escritora, e o conhecido tio Theodore Roosevelt. Ele nasceu em 1882 e morreu em 1945 quando estava no cargo de presidente.
Roosevelt é considerado um dos maiores presidentes dos Estados Unidos, ao lado Lincoln, Washington. No plano internacional estava ao lado dos maiores estadistas da época, Stalin e Churchill. O seu mandato realmente marcou bastante a política dos EUA e também a do mundo. Antes de assumir a presidência os republicanos estavam no cargo há mais de três mandatos. A política republicana em nada modificava a forma de governo dos EUA, era uma continuação da política Theodore Roosevelt. As relações com as nações vizinhas eram hostis e de intervencionismo direto, era a continuação do Big Stick. Uma política lembrada sempre pelo porrete usado pelo tio de Delano Roosevelt.   
As primeiras mudanças dessa política se deu internamente. Os EUA viviam a crise de 29, e isso possibilitou que Roosevelt subisse ao poder com promessas mais populares e que reaquecesse a economia. Roosevelt implantou o New Deal, esse plano sofreu forte contradição dos setores mais a direita. O New Deal representava, de certo modo, uma desconfiança no modelo liberal norte americano, sem, no entanto, pregar o fim do liberalismo. Essa política econômica era baseada no pensamento de Keynes, que afirmava que o capitalismo não conseguia se sustentar sem apoio do estado, era preciso que o Estado garantisse pequenas políticas sociais e interviesse em alguns setores da economia, sem abrir mão do liberalismo. Roosevelt fez isso, ele criou empregos em setores públicos, e aumentou os impostos para os mais ricos. Apesar de essa política servir para reabilitar o capitalismo, houve muita discordância por partes dos empresários, principalmente os banqueiros.
Roosevelt também fez várias concessões aos trabalhadores, houve um episódio em que operários de automobilísticas entraram em greve em Chicago, e os patrões contrataram pobres, e os deram armas para que fossem tirar a força os operários das fábricas, para defender os operários o presidente mandou a guarda nacional. Sua popularidade era realmente grande, o cantor e Dançarino Michael Jackson fez uma música, They Don´t Care About, onde diz que “se Roosevelt estivesse aqui isso não estaria acontecendo”. De fato, ele foi o único presidente que conseguiu se eleger mais de duas vezes, ele foi presidente por três mandatos, e morreu no último, talvez ainda conseguisse o quinto se estivesse vivo.
Os Estados Unidos sofriam forte ante-americanismo, não só da Europa, mas da América Latina. Sua relação com os países da Europa era de cobrança de dívidas e de empréstimos, emprestava dinheiro à Alemanha, essa por sua vez devia à Inglaterra e a França, e logo esse dinheiro retornava para os Estados Unidos, n pagamento das dívidas.
Roosevelt começa a sua prática de Política de Boa Vizinhança, ou seja, os Estados Unidos passariam a agir de forma sutil nos países, principalmente da América Latina, para conseguir manter seus interesses. Em países da América Central, concede maiores liberdades. Estas retiradas norte americanas da América Central e do Caribe, naturalmente, foi feita com todas as garantias. Os interesses norte-americanos nestes países não se sentiam ameaçados, pois passaram a contar com a especial proteção local fornecida por dirigentes que controlavam as força armadas, eram os caudilhos empresariais. Desde os anos 20, fuzileiros treinavam e adestravam tropas nativas. Essas forças passaram a ser forças colaboracionistas. Formam-se, assim, os Estados Sultânicos. Roosevelt realizou algumas medidas que nunca seriam aceitas por seus adversários quanto a América Latina. Em 1934 foi revogada a Emenda que tutelava Cuba, além disso, os direitos especiais que tinham os cidadão norte-americano na ilha forma encerrados, apenas a base naval de Guatánamo continuava com as mesmas políticas. No Haiti houve a retirada dos fuzileiros navais em 1934, e em 1936 encerra-se o tratado haitiano-norte-americano que fazia dessa pequena ilha um protetorado dos Estados Unidos, o mesmo ocorreu com o Panamá. Já na República dominicana foi desfeito o tratado que dava aos norte-americanos o controle sobre as alfândegas do país. A política do “dólar e tiro” havia dado uma recuada, isso era necessário já que a América Latina era competida entre os ingleses, alemães e norte-americanos. Ainda houve uma ajuda de tiranos que subiram ao poder nesses países, ou que já estavam no poder, como foi em Cuba, com Fulgêncio Batista, Leonidas Trujilo na República Dominicana, Anastácio Somoza na Nicarágua. O secretário de Estado Cordel Hull havia dito “eles são patifes, mas são os nossos patifes”. Mas a verdade é que houve uma tentativa de tornar esses países como são os Estados Unidos, uma “democracia”, no entanto, essa política foi se mostrando quase impossível a esses povos.
            No Brasil, e também na Argentina, os Estados Unidos tinham bastante receio quanto ao nazismo. Havia fortes relações comerciais com esses países, além disso, a presença dos militares no cenário político contribuía para uma aproximação crescente com os nazistas. No Brasil havia o movimento Integralista, que combatia o comunismo e o capitalismo, Vargas, em determinados momentos se apoio nesse movimento, que era ligado ao nazismo, porém como uma versão nacionalista. Vargas chegou a pronunciar que não acreditava mais no modelo liberal de economia, e isso deixva bastante claro que ele se aproximava do nazismo. Nesse momento, Roosevelt mandou representantes dos Estados Unidos para dialogar com Vargas, para que não houvesse essa aproximação de fato foram concedidos empréstimos e capitais que contribuiriam para a imagem de Vargas e o desenvolvimento econômico do Brasil. Assim foi que se deu início ao desenvolvimento da siderurgia, foi criada a CSN – Companhia de Siderurgia Nacional – em Volta Redonda. Talvez essa política de se posicionar de várias formas de Vargas tenha sido proposital para barganhar capitais para o país, e assim, dá as condições de popularizar o ditador brasileiro. As relações dos EUA com o Brasil foi tanta que a política de divulgar a cultura norte-americana pelos filmes foi absorvida por Vargas numa versão nacional, ele criou o DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda – esse era um mecanismo pelo qual o ditador conseguia entrar nos lares dos brasileiros e doutrinar a população. Os EUA criaram OCIAA, que era um departamento de propaganda da cultura e dos valores norte-americanos, essa divulgação se dava pelos filmes de Hollywood, o diretor desse departamento era Nelson Rockeller.
            Em suma, Roosevelt procurou ser mais popular em suas ações, muitas vezes indo de encontro as elites norte-americanas. Mesmo nas suas relações com o bloco soviético procurou a diplomacia, e na América Latina deu algumas concessões para ganhar espaço nesses locais. Além disso produziram uma indústria cinematográfica que levava aos lares do mundo inteiro os valores liberais dos Estados Unidos. Foi nesse momento que várias palavras em inglês foram absorvidas pelo vocabulário brasileiro.


IVSON CARLOS BARROS NUNES

Nenhum comentário:

Postar um comentário