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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

PROJETOS POLÍTICO ENVOLVIDOS NA SEGUNDA GUERRA



IVSON CARLOS BARROS NUNES




A sociedade depois da revolução Francesa e influenciada pelas ideias iluministas passa a se ver como um projeto em desenvolvimento, soma-se a isso os próprios progressos das ciências e da tecnologia. Essa concepção de que o mundo se dirige para um determinado lugar imaginado vai influenciar a política de várias nações, são projetos de modernidade específicos de cada realidade social, penso que isso foi o que deu condições aos pensamentos liberais, nazi-fascista e comunista.
            Muitos defendem que o que ocorreu na Europa, a Segunda Guerra mundial é resultado de uma desenfreada luta por mercados que tinha sido prevista por Karl Marx, um conflito Europeu dos países capitalistas. Penso que isso tenha grande contribuição, mas não são suficientes para explicar essa questão. De fato, os projetos são resultados de uma luta por mercado, mas existem concepções de mundo que também estão jogo nesse momento, e, pelo o que me parece são justamente essas concepções de mundo que se digladiam nesse momento.
            Se fosse apenas devido uma luta de interesse de mercado países ricos não se aliariam, na verdade eles estariam em conflito, o que parece na verdade é que as alianças são bastantes coerentes, tendo em vista que os países aliados tinham visões de mundo semelhantes. 
            De fato, o liberalismo parecia ser a filosofia político-econômica dominante, a crise vai colocar isso em questão. Porém não para dizer que foi a crise que proporcionou a ascensão do fascismo, contribuiu, tendo em vista que demonstrou o fracasso do liberalismo. Porém em locais onde se sentiu bastante a crise o fascismo não ascendeu, apesar de ter subido um governo de pensamento de intervenção econômica que incomodou os grandes empresários, como foi Roosevelt nos Estados Unidos.
            Acho, porém, que a Alemanha tinha algo mais que a fome e as questões da Primeira Guerra mundial para possibilitar a ascensão do fascismo/nazismo.
            A Alemanha foi governada pela Prússia, nesse local a reação à Revolução Francesa foi bastante incisiva, inclusive com uma formação de intelectuais que se voltam para defender a monarquia e a cristandade; escolas e quarteis desenvolveram um sistema de disciplina extremamente organizado, tendo a existência de uma casta militar bastante organizada. Penso que isso tem forte influência sobre o nazismo.
            Existe o pensamento de que o nazismo é socialismo, e também tem do outro lado de que é capitalismo. Bom, de fato, existe uma forte intervenção do Estado na Economia, tendo políticas sociais voltadas para o nacionalismo, por isso se fala de um socialismo. Por outro, devido ao grande favorecimento dado a grupos empresariais se fala de um capitalismo em sua forma mais cruel.
            O nazismo tem características dos Estados Nações absolutistas, existia um pensamento voltado para os valores da sociedade feudal, o nacionalismo, a família, disciplina, etc. O nazismo envolveu a população, tinha um caráter um tanto populista, o envolvimento das massas na política foi o que simbolizou o fascismo. 
            Não foi só a Alemanha que tentou realizar esse projeto, outros países como Itália, Espanha, e Portugal. Nos dois primeiros ocorreu um fascismo de fato, com ampla participação do povo dando apoio aos seus líderes, já nos dois segundo o envolvimento da população não se deu de forma tão evidente. Acredito que a questão cultural contribua para a ascensão desses movimentos, esses países são marcados por uma monarquia bastante admirada pelo povo, com fortes ligações com a Igreja e o cristianismo de forma geral. A concepção de mundo feudal ainda está bastante impregnado nessas populações. O Japão por sua vez, é um país marcado por uma realidade semelhante, existia uma sociedade marcada por uma rígida divisão social semelhante ao feudalismo europeu. O exército incorporou a ideologia dos antigos samurais a ponto de dar espada aos soldados.
           
            A Rússia também era uma nação marcada por uma monarquia bastante autoritária, com uma rígida divisão social, e com fortes influências da Igreja Ortodoxa. Houve algumas aberturas liberais, com a formação de universidades – para forma os Pugachov da academia, Pugachov foi um camponês do sécula XIX que organizou levantes contra a monarquia, intelectuais europeus afirmaram que iria nascer um pugachov letrado -  fim da servidão, e uma grande concessão de títulos de nobreza.
            Penso que essas reformas foram importantes para a derrubada da monarquia czarista, se a intensão foi a de conservar o regime czarista, então fracassaram.
            A primeira revolução, foi de caráter burguês, liderada pelos mencheviques, o proletariado deveria ser uma classe auxiliar na revolução. Essa revolução durou pouco tempo, logo, os bolcheviques organizam outra com o apoio de operários e do campesinato.
            Penso que essa revolução aconteceu por que a Russia estava acostumada a uma monarquia centralizada, ao derrubarem os Romanov’s não havia outra autoridade que pudesse dirigir a nação, entrando num estágio de quase anarquia.
            Essa revolução vai ser dirigida por Stalin depois da morte de Lenin, nesse momento o Estado se torna centralizado, com fortes perseguições políticas, e voltado para o desenvolvimento econômico e militar da nação. A revolução se estende a outros países formando a União da Repúblicas Socialistas Soviéticas.
            Esse projeto se diferenciava do nazi/fascismo, pois não havia espaço para a propriedade privada. Stalin tentou evitar a guerra fazendo algumas concessões com tratados, mas a guerra era inevitável. Hitler tinha bastante interesse em tomar aquela região para se voltar para o restante do mundo.

            De um outro lado, vejo uma aliança de países que tem uma visão mais liberal, e por isso tem uma certa afinidade entre si. França, Estados Unidos e Inglaterra, adotaram uma política mais liberal, tendo diferenças acerca desse conceito entre si, mas com muito mais afinidade que os países extremistas.
            Esse projeto se pauta no Estado mínimo, onde esse deve apenas manter a ordem social, cada cidadão deveria se responsabilizar por sua vida.  O problema é que logo se viu que esse sistema era falho, quando ouve a crise de 29 muitos trabalhadores perderam seus empregos, e tiveram que recorrer ao Estado para garantir alguma assistência. Penso que eles viam o fascismo como um inimigo maior que o próprio comunismo, mas temiam os dois.
            Trabalharam para que a Alemanha e a URSS se desgastassem na guerra, relutaram em dar apoio a Stalin que exigiu das potências. Não digo que escolheram se aliar a URSS por conveniência, mas também não dá para dizer que fizeram isso por que preferiam o comunismo ao nazismo.
            A guerra fria já inicia com a bomba de Hirochima e Nagasaki que foi na verdade um aviso a Stalin de que eles estavam preparados para outra guerra.
            Findada a segunda guerra mundial o projeto fascista perde espaço, e estão jogo os projetos comunista e liberal, esses vão travar uma guerra no campo ideológico e tecnológico, inclusive com forte crescimento de produção militar. Para muitos, essa guerra terminou com a queda do Muro de Berlim, outros acham que ela continua existindo.

            No Brasil tivemos por esse período o governo de Vargas, que de início parecia ter uma afinidade maior com os Estados Unidos, mas que em alguns momentos demonstrou traços do fascismo, adotando uma CLT de países fascista, com uma reforma constitucional mas conservadora, etc. Vargas parecia bastante próximo de Hitler inclusive entregou Olga Banário para a Alemanha. Chegou a afirmar que o liberalismo não funciona o que assustou os Estados Unidos que logo cedeu empréstimos para a formação de uma indústria brasileira, a fim de evitar uma aliança com esse bloco.
           
            Vemos assim os projetos envolvidos nesse momento, um liberal voltado para a produção e consumo, outro voltado para o nacionalismo e industrialização, o fascismo; e o comunismo com uma ideia de Estado interventor, com uma economia planificada e sem propriedade privada.  

           


           


             

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