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domingo, 11 de janeiro de 2015

RESENHAS DOS TEXTOS DE JOSÉ MURILO DE CARVALHO: A FORMAÇÃO DAS ALMAS, O IMAGINÁRIO DA REPÚBLICA NO BRASIL

RESENHA DO TEXTO AS PROCLAMAÇÕES DA REPÚBLICA


               
                A proclamação da República no Brasil não se deu da mesma forma que ocorreu na França ou nos Estados Unidos. Nesses países, o movimento republicano teve participação das camadas mais pobres, tendo também os líderes históricos como Robespierre na França e Tomás Jeferson nos EUA. Aqui, o movimento se deu mais por influência do que por necessidades reais, não que não houvesse, mas não haviam chegado a ponto extremos como nos países mencionados. Na França tinha uma classe ou estamento que era sustentado pelo povo e que só fazia exigir mais mesmo numa situação de crise econômica. Nos EUA era necessário quebrar os laços com a monarquia inglesa e introduzir um sistema que fosse mais maleável aos interesses da nova elite dominante. O Brasil por outro lado, ainda era uma nação atrasada em relação ao desenvolvimento do capitalismo, a escravidão havia sido abolida a pouco tempo. A mentalidade do povo brasileiro ainda era bastante patriarcal e paternalista, fruto das influencias de um país europeu que ingresso no capitalismo tardiamente: Portugal. Para completa não havia um sentimento de nação, os brancos tinham fortes laços com a Europa e os negros devidos às condições que foram submetidos não tinha desenvolvido um espírito de nação. Em !889 a população tinha uma porcentagem muito grande de imigrantes que foram trazidos da Itália, Alemanha, Portugal, etc. o que impedia que existisse uma unidade nacional. Não havia nesse sentido condições de se fazer uma revolução republicana com o apoio do povo. Por esse motivo, essa revolução tinha mais força no âmbito militar, pois depois da guerra contra o Paraguai, o exército havia desenvolvido uma consciência nacional e coorporativa – no caso, valorização do órgão. Na verdade o republicanismo não está longe de ser uma questão militar, mas no Brasil ele foi essencialmente organizado por esse setor.
                A República é uma forma de organização político-social defendido pelos positivistas. Para o militar ela é conveniente pois dá mais autonomia e poder a corporação. De fato, no Brasil os militares queriam mais poderes, não suportavam a falta de autonomia. Porém não havia um amadurecimento na questão de derrubada do imperador. Porém, com o fim da escravidão, os senhores de engenho já não tinham motivos para defenderem a monarquia. Além disso, desde a guerra a imagem do império havia caído em declínio. A derrubada da monarquia nesse sentido ficava mais fácil.
                Os militares que estiveram à frente desse processo eram divididos em suas opiniões. Uns eram mais republicanos que positivistas e outros mais positivistas que republicanos.
                Os principais personagens foram Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaiuva, Benjamin Constant. Deodoro queria poder para os militares mais não queria, ou pelo menos não via com bons olhos a derrubada da monarquia. José Murilo de Carvalho, inclusive fala de uma guerra dos vivas: Deodoro dava viva à renúncia, Benjamin dava viva para cobrir o viva mal dado de Deodoro que deixava transparecer sua admiração pela atitude do imperado. Para Deodoro a República tinha que ser governada pelos militares, sem participação civil, na verdade ele abominava a participação dos casacas. Ele não era de fato um positivistas, talvez nem soubesse o que era isso suas motivações quanto ao movimento eram essencialmente coorporativas.
                Por outro lado, Benjamin Constant, era um republicano sociocrata. Ele era visto como o verdadeiro mentor da “revolução”, era a mente pensante. Ele sim era um positivista. Tinha visões diferentes da de Deodoro, era pacifista e tinha o desejo de acabar com os exércitos. Os ortodoxos eram contra a visão de Benjamins, eles viam que era necessária a figura do imperado na transição de um regime a outro. Os sociocratas eram contra a democracia representativa, vista como o momento metafísico da humanidade, para ele deveria haver uma ditadura republicano. Nesse sentido o congresso serviria apenas para as questões de orçamento. 
                Quintino Bocaiuva, por sua vez, era um republicano liberal, queria um estado aos moldes da república norte americana. Essa visão, porém, esbarrava com os ideias de Benjamin que via uma fase metafísica. Essa república era a ideal para os burgueses paulistas. Nesse sentido, Bocaiuva precisa difamar a imagem de Benjamin, afirmando que Deodoro era um ingênuo influenciado por ele.
                Havia os que defendiam uma revolução popular pela república, é caso de Silva Jardim, que era um civil. Os civis republicanos, no entanto, forma afastado desse processo, só o foram avisados quatro dias antes, mesmo assim contra a vontade de Deodoro.
                Aristides Lobo, nesse sentido, vai afirma que o povo assistiu ao movimento bestializado. De fato, não podemos dizer que os militares foram os únicos agentes desse processo, pois haviam vários fatores que contribuíam para a derrubada da monarquia. Mas de fato, para o povo não havia muita diferença entre um regime e outro. Os militares queriam de fator mostra que eles foram os únicos responsáveis tentando apagar os fatos influenciadores ou os acasos da história, típico dos positivistas que acreditam que a história é feita pelos homens letrados e evoluídos. Assim, as suas demonstrações em artes quanto ao episódio, sempre idealizando um herói sem dar nenhum crédito ao povo, não uma mera ingenuidade e falta de tato político para com as massas, mas é de fato o que eles pretendem passa. Assim vemos as pinturas e esculturas, onde se destacam Eduardo de Sá e Décio Villares. Que mostram os heróis da república sempre em uma pedestal longe dos meros mortais. Nesse momento surgi também a necessidade de construção de uma imaginário de heróis para a nação, são assim usadas a imagens de Tiradentes, Duque de Caxias e os atuais.














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