RESENHA DO TEXTO AS
PROCLAMAÇÕES DA REPÚBLICA
A proclamação da República no
Brasil não se deu da mesma forma que ocorreu na França ou nos Estados Unidos.
Nesses países, o movimento republicano teve participação das camadas mais
pobres, tendo também os líderes históricos como Robespierre na França e Tomás
Jeferson nos EUA. Aqui, o movimento se deu mais por influência do que por
necessidades reais, não que não houvesse, mas não haviam chegado a ponto
extremos como nos países mencionados. Na França tinha uma classe ou estamento
que era sustentado pelo povo e que só fazia exigir mais mesmo numa situação de
crise econômica. Nos EUA era necessário quebrar os laços com a monarquia
inglesa e introduzir um sistema que fosse mais maleável aos interesses da nova
elite dominante. O Brasil por outro lado, ainda era uma nação atrasada em
relação ao desenvolvimento do capitalismo, a escravidão havia sido abolida a
pouco tempo. A mentalidade do povo brasileiro ainda era bastante patriarcal e
paternalista, fruto das influencias de um país europeu que ingresso no capitalismo
tardiamente: Portugal. Para completa não havia um sentimento de nação, os
brancos tinham fortes laços com a Europa e os negros devidos às condições que
foram submetidos não tinha desenvolvido um espírito de nação. Em !889 a
população tinha uma porcentagem muito grande de imigrantes que foram trazidos
da Itália, Alemanha, Portugal, etc. o que impedia que existisse uma unidade
nacional. Não havia nesse sentido condições de se fazer uma revolução
republicana com o apoio do povo. Por esse motivo, essa revolução tinha mais
força no âmbito militar, pois depois da guerra contra o Paraguai, o exército
havia desenvolvido uma consciência nacional e coorporativa – no caso,
valorização do órgão. Na verdade o republicanismo não está longe de ser uma
questão militar, mas no Brasil ele foi essencialmente organizado por esse
setor.
A República é uma forma de
organização político-social defendido pelos positivistas. Para o militar ela é
conveniente pois dá mais autonomia e poder a corporação. De fato, no Brasil os
militares queriam mais poderes, não suportavam a falta de autonomia. Porém não
havia um amadurecimento na questão de derrubada do imperador. Porém, com o fim da
escravidão, os senhores de engenho já não tinham motivos para defenderem a
monarquia. Além disso, desde a guerra a imagem do império havia caído em
declínio. A derrubada da monarquia nesse sentido ficava mais fácil.
Os militares que estiveram à
frente desse processo eram divididos em suas opiniões. Uns eram mais
republicanos que positivistas e outros mais positivistas que republicanos.
Os principais personagens foram
Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaiuva, Benjamin Constant. Deodoro queria poder
para os militares mais não queria, ou pelo menos não via com bons olhos a
derrubada da monarquia. José Murilo de Carvalho, inclusive fala de uma guerra
dos vivas: Deodoro dava viva à renúncia, Benjamin dava viva para cobrir o viva
mal dado de Deodoro que deixava transparecer sua admiração pela atitude do
imperado. Para Deodoro a República tinha que ser governada pelos militares, sem
participação civil, na verdade ele abominava a participação dos casacas. Ele
não era de fato um positivistas, talvez nem soubesse o que era isso suas
motivações quanto ao movimento eram essencialmente coorporativas.
Por outro lado, Benjamin
Constant, era um republicano sociocrata. Ele era visto como o verdadeiro mentor
da “revolução”, era a mente pensante. Ele sim era um positivista. Tinha visões
diferentes da de Deodoro, era pacifista e tinha o desejo de acabar com os
exércitos. Os ortodoxos eram contra a visão de Benjamins, eles viam que era
necessária a figura do imperado na transição de um regime a outro. Os
sociocratas eram contra a democracia representativa, vista como o momento
metafísico da humanidade, para ele deveria haver uma ditadura republicano.
Nesse sentido o congresso serviria apenas para as questões de orçamento.
Quintino Bocaiuva, por sua vez,
era um republicano liberal, queria um estado aos moldes da república norte
americana. Essa visão, porém, esbarrava com os ideias de Benjamin que via uma
fase metafísica. Essa república era a ideal para os burgueses paulistas. Nesse
sentido, Bocaiuva precisa difamar a imagem de Benjamin, afirmando que Deodoro
era um ingênuo influenciado por ele.
Havia os que defendiam uma revolução
popular pela república, é caso de Silva Jardim, que era um civil. Os civis
republicanos, no entanto, forma afastado desse processo, só o foram avisados
quatro dias antes, mesmo assim contra a vontade de Deodoro.
Aristides Lobo, nesse sentido,
vai afirma que o povo assistiu ao movimento bestializado. De fato, não podemos
dizer que os militares foram os únicos agentes desse processo, pois haviam
vários fatores que contribuíam para a derrubada da monarquia. Mas de fato, para
o povo não havia muita diferença entre um regime e outro. Os militares queriam
de fator mostra que eles foram os únicos responsáveis tentando apagar os fatos
influenciadores ou os acasos da história, típico dos positivistas que acreditam
que a história é feita pelos homens letrados e evoluídos. Assim, as suas
demonstrações em artes quanto ao episódio, sempre idealizando um herói sem dar
nenhum crédito ao povo, não uma mera ingenuidade e falta de tato político para
com as massas, mas é de fato o que eles pretendem passa. Assim vemos as
pinturas e esculturas, onde se destacam Eduardo de Sá e Décio Villares. Que
mostram os heróis da república sempre em uma pedestal longe dos meros mortais.
Nesse momento surgi também a necessidade de construção de uma imaginário de
heróis para a nação, são assim usadas a imagens de Tiradentes, Duque de Caxias
e os atuais.
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