A educação brasileira tem uma
estrutura que se divide em níveis e modalidades, na divisão de níveis se
encontra a educação básica e a educação superior, a primeira tendo sub níveis,
que são a educação infantil, o ensino fundamental e ensino médio; ela também
engloba as modalidades profissional, educação de jovens e adultos, e educação
especial. O ensino superior é composto pelos níveis de graduação, de cursos
sequenciais e extensão universitária, e o nível de pós-graduação, na modalidade
lato sensu (especialização) e strictu sensu (mestrado e doutorado), existe
ainda como modalidade o ensino a distância e o mestrado profissional.
A educação básica tem como objetivo
forma o indivíduo para que goze de plena cidadania, além disso fornece os meios
necessários para o desenvolvimento no mundo do trabalho, e conseguir dar
continuidade aos estudos ingressando nos cursos de nível superior.
Esse nível educacional pode ser
dividido em série anuais, em ciclo, período semestrais, e outras formas, além
disso pode levar em consideração a idade dos alunos ou competência, segundo o
autor essas formas de divisão necessitam de bastante debate.
Essa forma de divisão em ciclos tem
sido adotada por alguns municípios, e seu processo de avaliação tem apresentado
alguns problemas. A forma de avaliação deve ser periódica, dando condições do
professor perceber como os alunos estão se desenvolvendo. As formas de
reocupação podem ser permanentes ou oferecidas paralelamente ao ano letivo que
o aluno frequenta.
Na forma não seriada baseada em
idade, existe um mecanismo de Classe de Aceleração, esse método pretende fazer
com que alunos consigam terminar seus estudos no menor tempo possível. Existe
porém a questão sobre a eficácia desse método tendo em vista que produz uma
facilitação que pode prejudicar o desenvolvimento dos alunos. O mecanismo de
acelerar, não tem demonstrado um bom resultado no sentido de o aluno apreender
os conteúdos em menos tempo que normal, o questionamento é sobre a condição de
se aprender em menos tempo o que não aprendeu em tempo normal. Essas questões
são de extrema importância para o desenvolvimento da educação.
Outra questão são as facilidades
dadas para que os alunos passem de uma série ou ciclo a outra, esse mecanismo
tem se mostrado uma mera forma de promover um avanço do aluno, o que o autor
chama de “promoção automática” e que deveria ser “progressão continuada”.
A educação básica possui uma série
de regras que devem ser obedecidas pelos estabelecimentos de ensino, são elas
os mínimos de 200 dias de aulas no ano letivo, 800 horas aulas distribuídos por
esses dias previstos.
Na passagem do ensino infantil para
o fundamental não pode existe nenhuma forma de seleção, tendo em vista que esse
nível de educação não deve ser restritivo.
Outra regra é que os
estabelecimentos de ensino fundamental e médio que optarem pela forma de
progressão regular, devem oferecer a progressão parcial, que no caso seria o
que se chamava de “dependência”.
Também é permito que nos ensinos de
língua estrangeira e artes, possa-se juntar alunos de acordo com níveis, ou
outras formas variáveis.
Essas regras, juntamente com outras,
trazem questões que ainda precisam de muita discussão para a consolidação de
uma educação efetiva. Por exemplo a questão do ensino de educação física, que é
feito em horário diferente do realizado pelas demais disciplinas, onde, nesse
sentido os alunos que estudam no período noturno não conseguem realizar tais
atividades, e justamente por isso constitui disciplina optativa. O mesmo
pode-se falar da quantidade de horas aulas, já que no horário da noite não se
consegue efetivar a mesma carga horário do período diurno.
A questão do ensino de religião
também é de grande importância, tendo em vista que somos formados por diversas
crenças, nesse sentido é preciso perceber como se trabalhar com essa
disciplina. Isso inclui a questão de ser optativa.
Essas questões e outras, demonstram
que na prática temos um sistema de educação básica se dividem em dois, um com
mais conteúdos e por isso mais rico em aprendizado, o diurno, e outro com
diversas dificuldades, ou seja, o noturno.
O autor fala da questão da
importância das disciplinas e como elas devem ser trabalhadas, no caso de
História, fala da importância de levar em consideração os diversos grupos
sociais que existem no Brasil, no sentido de tentar contemplar a todos, isso
inclusive são questões discutidas no Parâmetros Curriculares Nacional (PCN).
A educação básica deve promover a
cidadania, nesse sentido, deve zelar pelo ensino dos direitos dos cidadãos, os
trabalhistas, humanos e outros, ensinar sobre o nosso sistema democrático,
orientando os alunos a serem cidadãos críticos. É também preciso promover a
prática de esporte, isso é uma questão, como vimos anteriormente que necessita
de bastante discussão.
Outra questão importante é o trato
da educação para com grupos indígenas e quilombolas, nesse sentido o autor se
questiona sobre a questão de uma necessidade de ensinar o que ele chama de
educação do homem branco ocidental para esses grupos, no sentido de isso não
ser na prática uma forma de dominação ou de aculturação. Sendo assim, ele
defende que é preciso muito cuidado com a forma de trabalhar essas questões,
inclusive tentando fazer com que os professores sejam da própria comunidade.
Fala ainda que uma educação infantil teria apenas como pretensão aculturar, por
isso não seria preciso que os indivíduos desses grupos passassem por elas, e
sim apenas pela fundamental. O meu questionamento nesse sentido é, se a
educação infantil não é necessária para os índios, tendo em vista que tem papel
apenas de formar e preparar para o fundamental, e nesse sentido ela acultura,
então por que ela seria necessária para os demais cidadãos? Será que nos demais
não tem o efeito de aculturar? Penso que mesmo numa grande cidade existem
formas de educação que se diferenciam de acordo com tradições e costumes
familiares, é óbvio que a educação infantil tira a educação familiar e promove
uma de âmbito geral, nesse sentido surte o mesmo efeito que tem nos grupos
indígenas e quilombolas, se para eles isso merece certa discussão, para nós
penso não ser diferente.
No ensino fundamental o ensino a
Distância é outra questão que deve ser pensada, o autor afirma que ele só pode
ser usado para complementar aulas que foram prejudicadas em situações
emergenciais.
O autor defende a luta para o
aumento do tempo do aluno na escola, nesse sentido defende que a escola seja
integral.
No ensino médio, é necessário que se
ensino os processos de transformação histórica, a compreensão do significado
das ciências, das letras das artes, as diferentes culturas do nosso país, etc.
Aqui deve se ter em mente o binômio exercício da cidadania/preparação para o
trabalho. A educação profissional pode ser ensinada nos próprios
estabelecimentos de ensino médio.
Na educação de jovens e adultos
deve-se pensar os exames supletivos tendo em vista os conteúdos das séries
ministradas. Esse processo tem como perspectiva a aceleração de alunos no
término dos estudos básicos, e tem os mesmos problemas da promoção automática,
tendo em vista que propõe uma certa facilitação. Um questionamento é sobre a
idade que se pode fazer o EJA, tendo em vista que muitos jovens que estão
atrasados poderiam fazer para retornar ao mesmo nível de seus colegas não
repetentes, é nesse sentido que o EJA pode representar uma facilitação do
progresso e até desestimularão do aprendizado, tendo em vista que a facilidade
não educa.
A educação profissional, além de
poder ser ministrada em paralelo com o ensino médio pode ser ensinada de forma
continuada, ou nos locais de trabalho. Nessa modalidade, a progressão
continuada se faz mais presente, tendo em vista que a “promoção automática”
prejudicaria o aprendizado que será necessário na vida do trabalho.
Na educação especial se faz
necessário professores que sejam capacitados para atuarem nesse trabalho, essa
modalidade deve levar em consideração a inserção dos alunos deficientes no meio
social. Uma separação se faz necessário quando não é possível ainda uma
integração, nesse sentido é preciso que haja instituições especializadas, mas é
preciso trabalhar na expectativa de integrar esses alunos aos demais alunos,
assim é preciso professores que consigam promover essa inserção e acabar com os
preconceitos existentes.
Essa modalidade pode receber auxilio
do governo se forem ministradas em escolas privadas, sendo porém a principal
opção as instituições públicas.
Na educação superior o objetivo é
forma profissionais e promover produtores de conhecimento, além de espírito
crítico e reflexivo.
Nesse nível existem os cursos
sequenciais por campo de saber, que podem ser por de complementação ou de
formação específica. No primeiro caso não se faz necessário um reconhecimento
do MEC, tendo em vista que não emitem diplomas, porém no segundo caso, se faz
necessário que se siga as normas do MEC para que haja reconhecimento, pois essa
forma de ensino é de caráter de formação profissional.
Os cursos de graduação, diferente do
caso anterior devem ser feitos através de um processo seletivo, e exige a
conclusão do ensino médio. Alguns estabelecimentos têm feito o processo de
forma diferentes da do vestibular tradicional, como é o caso do vestibular seriado.
Os cursos superiores são avaliados
pelo Exame Nacional de Cursos, realizado pelo Conselho Nacional de Educação. As
provas que foram realizadas mostraram que existe uma deficiência grande no
ensino superior, porém nenhuma das universidades que foram reprovadas foram
fechadas. Mesmo com a medida de FCH que transferiu o poder de fechar esses
cursos para o Ministério da Educação não foram efetivados fechamentos de
universidades que tem mau desempenho.
As regras são as de 200 dias
letivos, sistema de crédito de 15 horas aulas, obrigação de apresentar a grade
curso aos que nele pretendem ingressar, entre outras.
A questão do não reconhecimento do
curso pelo MEC tem gerado grandes problemas, tendo em vista que muitos alunos
se prejudicam com isso, nesse sentido o poder público deve atuar em fechar
esses cursos, ou a instituição terá que devolver o dinheiro ao aluno.
As
universidades gozam de autonomia, devendo dessa forma ter seus conselhos, que
integrem as três categorias da comunidade acadêmica, estudantes, funcionário e
professor, além disso pode fazer os seus próprios estatutos. Isso torna as
universidades, menos dependente da autoridade estatal, no caso da ´públicas
isso é primordial para que exista uma democracia dentro das universidades. Nesse
sentido o autor reflete sobre a questão da paridade, não fazendo uma crítica ao
modelo de desproporcional, mas criticando as formas de tirar totalmente o poder
dos servidores e alunos.
Ele discute uma questão interessante
que é a das condições da docência universitária. Colocando as dificuldades
impostas aos professores. No caso, os professores têm obrigação de darem 8
horas semanais de aula, o que na visão dele não é ruim, porém ele fala que as
medidas de cobrança dos deveres dos professores são diferentes das medidas em
relação aos deveres do Estado.
Na educação indígena, é preciso
levar em consideração a questão da língua dos alunos, devendo ser oferecida uma
escola bilíngue. De forma que a escola reafirme a identidade desses alunos em
vez de suprimi-las. É preciso ter todo plano de nível nacional com o trato
nessa educação.
Sobre a educação a distância, conta
que é preciso incentivo do poder público, e que devem ser ministradas em todas
as modalidades e níveis, os estabelecimentos devem ser credenciados a união.
Essa modalidade goza do direito de veicular seus cursos nos meios televisivos
sem custos. Ele ressalta ainda que essa modalidade não pode passar dos 20% do
conteúdo curso.
Penso que existem muitas questões
importante que ainda devem ser discutidas, tais como a educação integral, a
educação a distância, os métodos de aceleração, etc. Tendo em vista que todos
eles são de forte impacto para a sociedade, se esse é o caminho da civilidade e
do progresso, não sei, mas acredito que falta muita discussão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário